2 de mai. de 2013

Ford Maverick comemora 40 anos de Brasil


Apresentado à imprensa em maio de 1973, modelo chegou ao País para renovar o portfólio da marca e combater o Chevrolet Opala, mas não resistiu à crise do petróleo e à fama de beberrão


Lançado no final dos anos 1960 como uma resposta aos concorrentes europeus e japoneses que ganhavam espaço no mercado norte-americano com alternativas menores e mais econômicas para a época, o Maverick fez sucesso em seu país de origem ao substituir o antiquado Falcon, além de ter sido uma opção mais barata ao bem-sucedido Mustang no portfólio da Ford.

Por aqui, a fabricante oferecia apenas os obsoletos Aero e Itamaraty – herança da recém-adquirida Willys – e o pequeno Corcel, limitando a sua competitividade frente à concorrência. Para aumentar a sua participação no mercado, a Ford decidiu lançar um novo carro no cenário nacional, mas desenvolver um modelo do zero demandaria tempo e dinheiro. Por isso, a solução foi trazer do exterior um projeto já existente.

No começo da década de 1970, a Ford realizou pesquisas com consumidores para escolher o seu novo carro e o modelo preferido pelos clientes foi o alemão Taunus. No entanto, a dificuldade em adaptar o projeto ao motor que a montadora dispunha na época – o seis-cilindros da Willys – e a demora da conclusão da fábrica de propulsores de Taubaté (SP) favoreceram a escolha pelo Maverick.

Enquanto a sua missão nos Estados Unidos era combater o Volkswagen Fusca (lá, o Ford tinha preço inicial abaixo dos US$ 2 mil), por aqui o Maverick tinha como desafio concorrer com o Chevrolet Opala, substituindo os Willys Aero e Itamaraty e ocupando a lacuna entre o popular Corcel e o luxuoso Galaxie.

Quarenta anos de Brasil e final dramático


O Maverick foi exibido no Salão do Automóvel de São Paulo de 1972, mas foi pré-apresentado à imprensa em 14 de maio de 1973, em São Bernardo do Campo (SP). O primeiro carro deixou a linha de montagem em 4 de junho e teve o seu lançamento oficial no dia 20 do mesmo mês, no Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

No ano de seu lançamento, o “Maveco” chegou ao mercado nas versões Super, Super Luxo e GT, a mais cobiçada até hoje. As duas primeiras eram oferecidas nas carrocerias cupê ou sedã, com as motorizações de 3.0 litros de seis cilindros de 115 cavalos de potência ou a V8. A GT era equipada apenas com o motor maior e se destacava pelos diferenciais estéticos (faixas laterais, rodas mais largas, presilhas no capô). O bloco V8 tinha 302 polegadas cúbicas (cerca de 5.0 litros) de deslocamento, desenvolvia 199 cv e levava o Maverick de 0 a 100 km/h em cerca de 10 segundos. Os números eram expressivos para a época.


Mais tarde, em 1975, o motor de seis cilindros (criticado pelo consumo elevado e fraco desempenho) foi substituído por um bloco de 2.3 litros de quatro cilindros de 99 cv, produzido na nova fábrica de Taubaté. A utilização de uma unidade de força menor não foi suficiente para afastar a má fama da antecessora, o que contribuiu para o declínio do Maverick no Brasil.


Somado à fama de carro beberrão, o modelo ainda teve de enfrentar a crise do petróleo dos anos 1970, que elevou consideravelmente o preço dos combustíveis, obrigando os consumidores a optarem por veículos mais econômicos.


No final de 1976, a Ford lançou a linha 1977 com algumas alterações, como nova padronagem de acabamento, grade dianteira redesenhada e lanternas traseiras maiores. Denominada de Fase 2, a gama Maverick ganhou como opcional um câmbio automático de quatro marchas para a recém-lançada versão LDO, a topo de linha.


Não conseguindo mais sustentar a queda drástica nas vendas, a Ford decidiu encerrar a produção do Maverick em abril de 1979. Depois de pouco mais de 108 mil unidades fabricadas, o modelo deu lugar ao Corcel II, que tinha praticamente o mesmo público-alvo e trazia um motor menos sedento por gasolina.


Diferentemente do modelo norte-americano - saiu de linha por conta do sucesso do recém-lançado Granada - o Maverick brasileiro sucumbiu à fama de carro gastador, aliada à crise do petróleo do anos 1970. Nas décadas seguintes, com a alta dos preços dos combustíveis e a inflação que assolava a economia do País, o Maverick foi considerado um carro ultrapassado e a maioria teve como destino os subúrbios das grandes cidades, onde tiveram a manutenção negligenciada, fazendo muitos carros terem os ferros-velhos como destino final.


Prestes a completar 40 anos de lançamento no Brasil, o Maverick parece recuperar o status dos seus dias de glória. Os raros carros em bom estado de conservação – especialmente os dotados do motor 302 V8 - atualmente são cobiçados itens de coleção. Apesar de ter saído de linha há mais de 30 anos, o primeiro pony-car brasileiro ainda desperta muitas saudades nos que o admiraram na época do lançamento.


Fonte: http://carsale.uol.com.br


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